terça-feira, 12 de maio de 2009

Insônia

Acordei, acendi um cigarro, estava tudo escuro, tudo muito calmo e tranqüilo, olhei no relógio eram três e trinta e dois da manhã, andei pela casa ainda meio desorientado, peguei uma xícara de café, sentei no sofá e liguei a TV, estava uma merda não tinha nada de bom em canal algum, como sempre, joguei a ponta do cigarro em um copo vazio que estava encima da estante, desliguei e fiquei deitado pensando o que eu tinha feito durante o meu dia, pensando e pensando... Cheguei a uma única resposta. Nada!
Andei mais uma vez pela casa tentando ocupar a minha mente, pensei em tocar uma para passar o tempo, mas não consegui, faltava inspiração, sentei-me em frente ao computador, liguei, enquanto isso mais um cigarro queimava entre meus dedos. As luzes dos postes na rua estavam todas acesas, não se via nada além de um bêbado caído no meio da rua e dois cachorros a sua volta, é em horas como esta que realmente vemos quem fica ao nosso lado, quem é leal a nós, o camarada estirado na sarjeta e seus amigos lhe fazendo companhia. Olhando pela janela fiquei imaginando se ao invés dos cães fossem pessoas, homens ou mulheres ali em pé olhando para ele, certamente não sobraria nada, roupas, dinheiro, sua dignidade seria roubada, estaria só, dormindo aproveitando seus momentos de lucidez, pois os mais bêbados são os mais lúcidos, as pessoas bebem para fugir da embriaguez do dia a dia.
Volto os olhos para dentro da sala, apenas a luz da tela do computador iluminava os móveis projetando sombras distorcidas nas paredes, sento e começo a pensar na cena que acabo de presenciar, em meio a pouca luz e fumaça de cigarro escuto o barulho das teclas ao serem apertadas por meus dedos e penso quantas pessoas não tiverem a mesma sorte que este pobre homem...
Este homem um dia pode ser você.

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