sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Viva!

Do lugar que sempre estive eu vejo pára-quedistas se jogarem do auto dos prédios, isso parece uma prática comum entre os pára-quedistas urbanos, eles pulam, mas seus pára-quedas nunca são acionados, fico parado e pensando o porquê ele não se abriu, seria algum erro no mecanismo de abertura, ou mesmo o pára-quedas mal enrolado? O interessante dessa modalidade é que eles sempre caem no chão, o barulho do corpo em movimento em contato com a superfície sólida, o barulho ecoando no espaço, deve ser coisa dessa maldita inércia.
Deste mesmo lugar fico sentado observando as pessoas que passam, geralmente passam correndo, com pressa, umas falam ao celular, outras ouvem música, outras acompanhadas falando sobre diversos assuntos, mas sempre neste mesmo ritmo frenético da vida moderna. Admira-me as pessoas que passam lentamente, aproveitando o momento olhando tudo a sua volta, passam sem serem percebidas, as pessoas estão ocupadas demais para ver os outros que os cercam, apenas conseguem ver apenas dois palmos diante dos seus olhos, são como máquinas programadas a fazerem sempre as mesmas coisas, não se divertem, não riem, não saem do caminho nunca. Quer merda, só o simples fato de você sair de casa todos os dias, levantar a bundinha da cama é um motivo de vitória, mas não, as pessoas sempre tem que complicar tudo, reclamam dos trabalhos, reclamam da vida, reclamam que tem o intestino preso ou solto, enfim, reclamam de tudo, essas pessoas não passam de malditos parasitas, sanguessugas de vidas alheias, vão a igreja, vão para a puta que os pariu, vão para o inferno e fodam-se seus filhos da puta bastardos comedores de gente, vivam as suas vidas, mas não esta medíocre e sem sentido, seja alguém que você realmente queira e não esta sem sentido e sem futuro.
Um dia, quem sabe, se me der vontade vou sair deste meu lugar e vou seguir os caminhos da vida, seguirei a passos curtos sem ser percebido, caminharei a teu lado sem que me note, vou andar entre as pessoas como mais uma entre elas, mas com um espírito diferente, entusiasmado e ao mesmo tempo assustado de ver quão horríveis vocês são de perto.
Como dizia o velho Bukowski, “Não, eu não odeio as pessoas. Só prefiro quando elas não estão por perto."

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