quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sábado de Aleluia

Chego em casa as quatro da manhã depois de uma noite de farra, muita bebida mulheres e putaria solta noite a dentro, tiro a roupa e deito só de cueca e meia, fico esticado na cama até pegar no sono – estou com aquela leve sensação que tudo gira, o mundo e o meu quarto estão girando ao redor de mim.
Escuto um bater de palmas bem distante dentro da minha cabeça, não sei se estou delirando em meu sono ou se alguém está em meu portão tentando acordar todos em casa, porra em pleno sábado as pessoas insistem em encher o saco, isso não é jeito de acordar um homem que dorme. Levanto-me ainda bêbado olho ao redor do quarto, pego uma calça de moletom verde musgo que está jogada ao lado da cama e visto, ando em direção a janela da sala para ver se realmente há alguém batendo palmas no portão. Olho pela janela e vejo uma jovem de aproximadamente uns vinte anos, ela também me vê, não tem mais como se esconder, ela é bonita em sua saia preta, uma blusa branca e uma sandália daquelas que os camelôs vendem de porta em porta estilo Jesus Cristo, maldição, só pode ser uma maldita religiosa, pensei.
Andei em direção ao portão, eu e minha calça verde musgo minhas meias furadas e sem camisa, paro em frente dela com os olhos entre abertos, me esforço para enxergar, a luz do sol ofuscava minha visão, vi que ela me olha dos pés a cabeça com um ato de repúdio, olho para baixo e vejo que minha calça esta com um certo volume, percebo que estou de pau duro, o famoso tesão do mijo após acordar, isso é inevitável, não tem como controlar.
- Bom dia irmão, disse ela. – Irmão de cu é rola, pensei.
- Bom dia moça.
- Posso ler para você uma passagem da bíblia?
- Melhor não, respondi olhando para seus peitos. – Estava com dois botões da blusa abertos aparecendo um pouco do sutiã. Essa deve ser a típica crentinha safada.
- Você já leu a bíblia alguma vez?

Sacanagem, maldito dia que todos aqui em casa resolveram sair cedo, e me deixarem sozinho, justamente no sábado, o dia que esses filhos da puta religiosos com cara de caranguejo vermelho barroco resolvem exorcizar o demônio das pobres pessoas que pecam durante a semana e são absolvidos no final de semana para na segunda começar tudo de novo.

- Sim, já li a bíblia, eu li o apocalipse uma vez. – mentira, nunca li merda nenhuma.
- Pelo menos é um começo, disse ela com um sorriso com a boca tortam me fazendo lembrar do filme “Cobra do Stallone”.
- Eu sei que o capeta no final dos tempos vai vir com seu garfo e enfiar no rabo de todo mundo, hahaha - soltei uma risada mais escrota possível.
- Deixa Jesus te salvar então, a palavra do senhor tem poder - falou isso balançando a bíblia em frente a meu rosto.
- Vai tomar no teu cu, você e tua bíblia cretina moça. –Enquanto falava isso fui fechando o portão e virando as costas para ela.
- Jesus vai salvar a todos no dia do juízo final, ira descer dos céus e salvar a todos que realmente acreditam nele -, disse isso com fúria nos olhos.
- É - eu disse - ele virá acompanhado dos seus anjos com paus pequenos?!
- Seu pagão maldito eu te desconjuro filhote de cruz credo! - ela disse me batendo com seu livro religioso.
- Eu te bolino sua crente safada – Falo isso metendo a mão em seus peitos.
- Seu filho da puta! – Gritou ela. - Esse mundo está mesmo perdido pensei, até os fanáticos religiosos falando palavrão.
- Moça, melhor você ir à casa de outro, você já tomou meu tempo demais, se manda logo antes que eu solte o cachorro.

Ela vira as costas falando alguma coisa que não consegui entender e vai embora, minha tática do cão é infalível, apesar de eu não ter um cachorro ela sempre funciona, agora posso voltar a dormir, me recolher a meu estado de insanidade em paz. Pensando bem, seria bom ter um cachorro, ele seria bastante útil, acho que vou comprar um daqueles bem ferozes que morde todo mundo que vê na frente, inclusive eu, mas se por um acaso ele não servir para arrancar pedaços desses desgraçados religiosos que batem no portão, ele servirá para latir a noite inteira atormentando todo mundo não deixando a vizinhança toda dormir.
É uma coisa a se pensar, boa sorte e até outra vez seus vermes.

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